17 de set. de 2012

Algumas impressões muito pessoais sobre a manifestação de sábado


Apesar da minha grande fobia a multidões e de me sentir com gripe, lá me forcei a cumprir o meu dever cívico e fui mais uma a dar a volta à Avenida este sábado em protesto. As minhas impressões iniciais, ainda no metro, foram de que as pessoas iam em família e em grupos de amigos, contentes e felizes como se fossem assistir a um jogo de futebol! Depois de me reunir a mais algumas pessoas, e ao chegar à Avenida, tornei a ter o mesmo sentimento de festa, ao ver famílias completas com os miudos às cavalitas a gritar frases de protesto, cães e carrinhos de bébé; ao mesmo tempo senti que aquelas pessoas que vestiam bem, usavam óculos de marca e que se tinham esmerado para o acontecimento ( possívelmente à espera de serem fotografadas ou filmadas ) não seriam propriamente os mais afectados por toda esta situação actual que vivemos. Os mais carenciados certamente que nem sequer ouviram falar na manifestação, não têm net ou não acompanham as notícias - isso ou não teriam dinheiro sequer para se deslocarem até lá, acusação que eu própria ouvi em primeira pessoa "Ah, se tens dinheiro para ires para lá passear não estás assim tão mal!" Em todo o caso foi muito bom a quantidade de pessoas que de uma maneira ou de outra, com um propósito ou outro, se deslocaram a uma das 40 cidades onde as manifestações ocorreram - somos muitas vezes acusados de termos brandos costumes, e é verdade, mas desta vez penso que a mensagem passou! Pena é que tudo continue como dantes... Não querendo estar aqui a instigar nada, é certo que sem algumas medidas mais vigorosas o status quo pouco ou nada ficará afectado! Deviamos seguir o exemplo da Islândia, criminalizar políticos e agentes económicos que nos conduziram a esta situação, possivelmente refazer a constituíção, eleger novos representantes através de outro sistema (podia até ser um sorteio aleatório, o governo poderia ser uma obrigação de cidadania, e caso fossemos escolhidos poderíamos aceitar ou declinar caso não nos sentíssemos com capacidades para tal), e acima de tudo acabar com as máfias que estão aqui instaladas e que controlam os vários aspectos da sociedade, desde a justiça até à educação, e que operam por exemplo via sociedades secretas! E para tudo isso a coisa não vai lá com passeiozinhos na Avenida, humm, infelizmente...