25 de ago. de 2012

Portugal com cerca de três suicídios por dia - à semelhança da Grécia, onde o número de suicídios duplicou!




Apesar dos valores estatísticos não espelharem concretamente a realidade, já que em muitos dos casos de morte o ministério público dispensa a autópsia, em 2011 registaram-se 1208 casos de suicídio no nosso país; também na Grécia o número de suicídios duplicou no ano passado - dignos de nota são também os casos de imolações que têm ocorrido um pouco por toda a Europa (dois na Grécia, um em Inglaterra, um em França). A imolação é quase um acto de revolta política, tendo sido praticado desde há vários anos por monges tibetanos em protesto contra o regime de ocupação comunista. Foi um acto de imolação por parte do jovem tunisino que despoletou todo o movimento da primavera árabe - acto que foi copiado por diversas pessoas como protesto em vários países árabes como o Egipto!
São diversos os sinais de alarme que se fazem sentir na nossa sociedade - não nos podemos restringir ao acto máximo de carácter individualista que é o suicídio! A apatia, a falta de paciência, a depressão, um sentimento de angústia generalizado... Nem todos os que estão descontentes têm a coragem / cobardia necessária para se suicidarem. Muitos preferem descarregar a raiva com os que estão mais próximos - marido bate na mulher, filho mata o pai, neto dá maus tratos ao avô, etc. Outra forma de maus tratos que assistimos cada vez mais é o abandono dos animais, o desleixo e mesmo as agressões físicas (penso que o aumento dos ataques de cães que se tem visto poderá estar relacionado com esse tipo de maus tratos). Outra forma de defesa é a raiva, o ódio contra tudo que é diferente de nós - vê-se muito em grupos ideológicos rivais (ecologistas contra defensores das touradas, anarquistas contra grupos de direita, monárquicos contra esquerdistas, nativos contra imigrantes, etc).
Tudo isto serve na perfeição as elites, os grupos restritos de opressores que desta forma vêem os seus objectivos plenamente cumpridos. Afinal de contas, quase todos nós estamos a sofrer em maior ou menor escala com o estado de coisas que se vive a nível mundial. Poucos são os que de facto lucram com a crise, mas esses poucos conseguem manipular tudo o resto! Eu mesma só me dei conta do descambar gradual desde há uns anos para cá, desde que a crise me bateu à porta - sou tão egoísta quanto os demais! Enquanto andamos entretidos com os novos amores ou o programa para o próximo fim-de-semana, não nos damos conta do sofrimento do vizinho do lado!
É mais que humano nestas alturas refugiarmo-nos mais em nós próprios, olhar somente para tudo o que nos distingue dos demais - no entanto, na minha opinião, penso que devemos insistir em formar pontes, plataformas de entendimento com os nossos semelhantes; nascemos idênticos, puros e imersos em amor, e à medida que vamos sendo aculturados vamos perdendo um pouco da nossa inocência primordial - ganhamos sim um conjunto de normas e condutas que apesar de nos orientarem no nosso jogo social acabam por nos moldar e separar um pouco dos outros indivíduos.
Este sistema social e económico está mais que gasto - e é juntos que vamos conseguir vislumbrar uma nova solução; caso contrário, ficaremos mais uma vez à mercê das elites que a qualquer altura aproveitarão este estado de coisas para implementar a sua tão esperada nova ordem mundial - e nós, de tão desesperados que estamos, iremos dar graças à novidade, sem questionar sequer!