18 de mar. de 2019

Platão e as Formas

"Para Platão, uma forma é uma essência eterna, imutável e universal. As formas são arquétipos ou padrões ideais no sentido em que as coisas particulares que existem no mundo físico as imitam ou copiam. Uma essência é uma série de propriedades elementares sem a qual uma coisa particular como este esquilo ou esta árvore não existiriam como um esquilo ou uma árvore. As formas incorporam a essência que marca as similaridades entre os membros de uma classe e nos capacita a agrupá-los numa série ou classe. As formas nunca poderão mudar. A própria igualdade (isto é, o conceito ou padrão de igualdade) nunca poderá mudar. Se mudasse, tornar-se-ia desigualdade. O conceito de unidade nunca se poderá converter em duplicidade. As formas são eternas. Antes do mundo físico vir à existência, elas já existiam e continuariam a existir, mesmo que tudo no universo físico, o mundo inferior, terminasse. Verdade, bondade e justiça são entidades eternas e atemporais que não dependem de coisas particulares que existem neste mundo para existir. Para Platão, o mundo físico não é mais real do que o mundo ideal das formas. Assim como a sombra lançada por uma árvore é menos real do que a árvore, o mundo físico, que é somente um reflexo do mundo ideal, deve ser menos real que o mundo das formas. Platão não via estas formas como existindo apenas na mente das pessoas. Estas essências têm uma existência objectiva. Elas existiriam mesmo que nenhum ser humano pensasse nelas. A verdade, beleza, bondade, e as outras formas existiam já antes de existirem mentes humanas. Muitos dos seguidores de Platão, como Plotino e Agostinho, defendem que as formas eternas existem como pensamentos na mente eterna de Deus, apesar de Platão nunca ter considerado essa hipótese. Os humanos vivem em dois mundos diferentes: o mundo das coisas particulares que estão em constante mutação e que são apreendidas pelos nossos sentidos, e um mundo perfeito, imutável e eterno conhecido através da nossa mente."

Ronald H. Nash


para reflectir: o que é a verdade? quantas verdades existem? existem tantas verdades quanto pessoas? o que é a subjectividade? onde entra a consciência? até onde vai o que é culturalmente aprendido e o que é universalmente aceite? qual o limite imposto pela dualidade até que consiga abarcar a unidade? tenho ainda mais dúvidas, e hoje tudo que me surge são questões, e não respostas... amanhã, talvez... como dizia a cantora...