28 de fev. de 2012

Governo Saudita proibe a participação de mulheres nos jogos olímpicos de 2012, em Londres, apesar do apelo lançado pela Human Rights Watch - no seu relatório "Steps of the Devil", publicado este mês de fevereiro

Apesar dos apelos da Human Rights Watch, o governo da Arábia Saudita acaba de proíbir a participação de qualquer mulher nos jogos olímpicos deste verão em Londres. A primavera árabe pelos vistos não passou por este país, ou se passou foi mesmo "de fugida" - o rei decretou que as mulheres podiam vir a participar nas próximas eleições municipais, em 2015. Quanto ao direito de conduzir um automóvel, poder falar com um homem em público, poder visitar um médico sem restrições, poder viajar, nada! O governo fechou também recentemente inúmeros ginásios para mulheres e recusou licenças para abertura de novos centros de fitness e spas. Não é permitida a educação fisica nas escolas para as raparigas - e nas raras ocasiões em que as atletas chegam a participar em competições, como numa recente maratona promovida pelo governo, verificou-se que as mesmas tinham de usar um abaya, que as cobria da cabeça aos pés...
Se a comissão que supervisiona os jogos olímpicos fosse no mínimo imparcial, o mais justo seria banir a participação da Arábia Saudita nas competições deste verão. Mas como os jogos se realizam em Londres (uma das supostas sedes do poder oculto que governa o planeta), e devido à aliança Inglaterra - Estados Unidos, isto difícilmente acontecerá. O mesmo se poderá dizer da complacência dos governos face aos abusos da monarquia ditatorial relativamente aos seus cidadãos - logo que o crude continue a jorrar, mantêm-se o status quo, está tudo em ordem. É por esse motivo que os poderes que operam nos bastidores não necessitam na verdade de promover o surgimento de uma primavera árabe nesse mesmo país - eles já controlam o país pela via económica e financeira, e com esse tipo de controle não importa quem é a marioneta que está no governo!


link para o relatório da Human Rights Watch