Sincronicidade é o conceito usado por Jung para designar dois ou mais eventos que parecem ter uma correlação, sem que se encontre um nexo causal entre eles. É um princípio de conexões acausais. Na ocorrência de fenómenos sincronísticos, o tempo e o espaço são reduzidos a vectores secundários, não quantificáveis. Tais eventos são chamados de fenómenos da coincidência significativa. Jung dizia que os fenómenos da sincronicidade “mostram que o não-psíquico pode se comportar como o psíquico, e vice-versa, sem a presença de um nexo causal entre eles”. Os eventos ligados aos fenômenos da percepção extra-sensorial são considerados por Jung como sendo da sincronicidade. Eventos em sincronicidade são aqueles que ocorrem, simultaneamente ou não, sem um nexo entre os mesmos, sendo um interno e outro externo ao indivíduo que os percebe. Quando alguém tem consciência de que algo, em que tinha pensado ou percebido em si mesmo, sendo de seu exclusivo e íntimo conhecimento, se assemelha a um acontecimento externo ou com ele encontre uma correlação, sem que tenha havido para este último sua participação, estará diante de dois eventos em sincronicidade. A sincronicidade não nos leva à compreensão do que ocorre, pois é apenas uma palavra utilizada para identificar um fenómeno sem explicação plausível, ou que não obedece a uma causalidade conhecida. Um exemplo pode ilustrar melhor: alguém está a assistir a um filme num cinema e uma cena faz-lhe lembrar um episódio da sua infância, há muitos anos atrás, no qual brincava com um amigo que não vê desde aquela época, e, ao sair do cinema, encontra esse mesmo amigo. Ocorrências como essas podem trazer pistas sobre o significado da vida e sobre como a conduzir adequadamente. Os fenómenos da sincronicidade são muito comuns em todas as culturas e épocas da história humana. Ocorrem desde que o ser humano assumiu a consciência da sua existência como indivíduo. Uma vez por outra deparamo-nos com tais eventos, sem que os provoquemos ou possamos estabelecer a frequência com que ocorrem. Parece que a necessidade lógica de associar os fenómenos da natureza, de acordo com uma causalidade imediata, realizada pela consciência, obscureceu a percepção da sincronicidade como um evento natural. Mesmo sendo um evento natural, a sincronicidade pertence a uma dimensão supra-arquetípica, pois não se antevê qualquer possibilidade de intervenção causal da psique humana na sua produção. Pode-se até afirmar que para a sua ocorrência houve a participação do arquétipo do "Self", porém será sempre uma interferência improvável. Mesmo assim, permanece a suspeita da participação directa do inconsciente envolvido. Há pessoas que parecem atrair com maior frequência os fenómenos de sincronicidade. São como imãs psíquicos para que eventos externos coincidam com aspectos psíquicos internos. Essas pessoas recebem constantemente sinais de que a vida contém muito mais do que eventos causais; aspectos que são representações de processos psíquicos ainda não compreendidos. Isso é observado na maioria dos médiuns. Os fenómenos da sincronicidade parecem ocorrer em maior quantidade e intensidade com eles. Talvez eles tenham o inconsciente mais “aberto”, no qual serão suscetíveis de se exprimir com maior frequência. Quando um evento em sincronicidade é percebido por uma pessoa, esta deve, depois de tentar entender o que aconteceu, relevar a ocorrência do facto em si e ir em busca da compreensão do Universo sob outro paradigma além do material. Deve começar a compreender que a vida contempla aspectos espirituais importantes, nos quais deve investir. A sincronicidade é uma dimensão que extrapola os níveis causais conhecidos. Traz ao ego a necessidade de transcendência dos conteúdos da consciência, visando a compreensão de outra ordem de valores e possibilidades na vida.
link para leitura / download de algumas obras de Jung
http://www.esnips.com/web/livrosexoterismofilosofiapsicologia?docsPage=2#files
fonte do texto - Wikipedia