20 de jul. de 2019

sobre os rituais



O termo "rito" deriva do latim ritus, que designa um culto, uma cerimónia religiosa, mas também, num sentido mais amplo, um uso, um costume; os rituais podem ser religiosos (como a missa ou o sabbath); seculares (como o protocolo ou o juramento dos jurados); colectivos (como as festividades nacionais ou familiares); ou privados (como a oração interior ou certos ritos corporais). Outros ritos dizem respeito à nossa vida diária (como o cumprimento, a cortesia) ou a práticas relacionadas com a magia, e que ainda persistem em determinadas regiões. 

noções adjacentes ao ritual:

- costumes, rotina: verificamos que o rito se reduz a certos usos ou segmentos de conduta que se revestem de um carácter rotineiro e estereotipado: quando falamos, por exemplo, de rituais administrativos ou pedagógicos, para que a tónica recaia em aspectos formais e processuais aparentemente prescritos; estes processos dizem respeito a um ciclo de operações que não se reduz a um programa nem a um hábito - referem-se a certos valores, por vezes contestados, mas ainda amplamente perenes. Assim, a utilidade extensiva do termo continua dotada de um halo de sentido e de símbolo irredutível à simples utilidade.

- código, programa: um código é um sistema de sinais que, mercê de uma convenção prévia, se destina a transmitir uma mensagem de um emissor para um receptor. Os sinais podem ser de natureza diversa: linguísticos, gestuais e mecânicos; a escolha do registo depende simultaneamente da finalidade da comunicação (informar, inquietar, seduzir, etc) e do contexto (habitual ou conjuntural). Certos códigos são susceptíveis de ritualização, nomeadamente no campo religioso e mágico, mas também jurídico e até mundano. 

- cerimónia, culto: a expressão cerimónia está ligada a todas a formas ou aspectos de práticas colectivas fortemente organizadas, ou até mesmo teatralizadas: toda a cerimónia refere-se a um rito fundador que deverá conter uma encenação mais ou menos cerimonial (como por exemplo o caso do casamento ou das exéquias).

- rito e símbolo: ao nível da linguagem corrente se diz, por exemplo, que o anel, a bandeira e a cruz são respectivamente os símbolos do casamento, da prática e de cristo; que o cão simboliza a fidelidade e a serpente a perfídia. A arte, a poesia, e a religião recorrem a símbolos. Em todo o caso, é algo que se encontra ausente na nossa percepção imediata e que é representado, figurado, pelo objecto simbólico. Este estabelece um vínculo com o invisível e acciona o imaginário. As práticas são eminentemente simbólicas, uma vez que mediatizam por meio de atitudes, de gestos ou palavras, uma relação com uma entidade não só ausente (como sucede com o simples sinal), mas impossível de perceber, inacessível a não ser por intermédio do próprio símbolo.    

funções dos rituais:

- função de contenção da mutação e de segurança contra a angústia: as condutas rituais exprimem e liberam a inquietude humana perante a corporação e o mundo, a sua transformação e o seu aniquilamento. Elas permitem que sejam canalizadas emoções poderosas como o ódio, o medo, o desgosto, a esperança - esta função é particularmente evidente nos rituais de luto, bem como em certos ritos de iniciação ou de cuidados corporais.

- função de mediação com o divino ou com certas formas e valores ocultos ou ideais: esta função está directamente relacionada com a anterior, uma vez que tende a conciliar-se com poderes que nos escapam: divindades, espíritos maléficos ou benéficos, ideais aleatórios. Perante aquilo que não é tecnicamente acessível e controlável, o homem recorre a operações simbólicas: gestos, sinais, objectos figurativos a que atribui certa eficácia; é esse o sentido das orações, das fórmulas magicas - a referência a algo de sagrado subsiste nos rituais laicos e seculares sob a forma de valores e de ideais aos quais são consentidos sacrifícios, testemunhos de respeito ou até mesmo encantamentos.  

- função de comunicação e de regulação: mediante o atestado e o reforço do vínculo social; qualquer comunidade (extensa ou restrita), qualquer grupo que partilhe um sentimento de identidade colectiva (bem expresso pelo uso do pronome "nós") experimenta a necessidade de manter e reforçar as crenças e os sentimentos que fundamentam a sua unidade. Esta espécie de reconstrução moral, apenas poderá ser obtida por meio de reuniões, de congregações em que os indivíduos, estreitamente aproximados uns dos outros, reafirmam juntos os seus valores comuns - é o que acontece em todas as festividades religiosas ou laicas, em todos os ritos de massas (manifestações, jogos importantes), e até em certos rituais mais quotidianos (como as formas de cortesia, as preocupações com a postura, etc).

magia e religião: 

O mana não é simplesmente uma força, um ser: é também uma acção, uma qualidade e um estado; o termo é simultâneamente um substantivo, um adjectivo e um verbo. Diz-se que um objecto é maná; que um ser ou um rito possuem maná. Esta noção ampla pode alargar-se a todos os ritos mágicos e religiosos, aos espíritos, às pessoas e aos objectos que intervêm em todos os acontecimentos da vida: "é ele que faz com que a rede prenda, com que a casa seja sólida, com que a canoa se faça ao mar... a ele se deve a fecundidade de um campo, a virtude de um medicamento, a fatalidade de uma seta."

ritos, mímese e violência, segundo René Girard: 

A mimése (que designa a imitação no sentido absoluto) é simultâneamente, a causa de toda a aprendizagem e de toda a rivalidade, força de coesão e de dissolução; temida por uns, que lhe presentem os riscos, desdenhada por outros, que reduzem o seu alcance aos comportamentos conformistas e de aparência. Todos os rituais visam finalmente expulsar o "malefício", graças a operações cada vez mais simbólicas, passando dos ritos mágico-religiosos para ritos teatrais ou terapêuticos. A tragédia grega ocupa um lugar eminente entre a ordem religiosa arcaica e uma ordem estatal mais moderna. Em vez de substituirmos a violência colectiva original por um templo e um altar no qual será realmente imolada uma vítima, temos então um teatro e um palco em que o destino de um herói mimado por actor grego, purgará os espectadores das suas paixões e provocará uma nova catarsis individual e colectiva igualmente salutar para a comunidade. No sistema judicial, a pena de morte situa-se directamente no prolongamento ritual da violência instituidora: ela funciona como a libertação purificadora do grupo. O mesmo se passa com o exílio e, mais recentemente, com a interdição de permanência ou com a repressão nas fronteiras. 


Andy Warhol, Electric Chairs (1 de 14)
  
fonte: Os Rituais, Jean Maisonneuve

19 de jul. de 2019

30 dos mais belos e simples brasões portugueses

ABREU
deriva do gótico awi,
que significa agradecimento, graças

ANDRADE
significa novo judeu

ARRAIS
significa chefe de embarcação

                                                             
BAIÃO
provém de um cavaleiro chamado
D.Arnaldo de Baião, que desembarcou
no Porto em 963 para combater
os mouros
       
BRANDÃO
significa o iluminado,
purificado, príncipe


BRAVO
origina do latim barbarus,
é feroz, violento, corajoso

FARIA
significa única, sem igual

FREITAS
tem origem na palavra latina
fraga, e significa habitante de
local rochoso

GAMBOA 
pequeno lago artificial junto
ao mar, que se enche de peixes
durante a preamar

GOMES
advém do visigodo gomoarius,
que significa homem de guerra

HOMEM
provém do grego Homero, o poeta
épico

LEME
vem de Martim Lems, um belga
que se mudou para Lisboa e
trocou o sobrenome para Leme

LOBO
provém do latim Lupus


LUCAS
origina do grego Loukás,
e vem da Loucânia; também
pode indicar luminoso,
iluminado
MALHEIRO
é o fabricante de malhas
para cotas



MONTEIRO
monteiro-mor, do reino, era 
o funcionário real responsável pela 
supervisão do domínio público, 
dos rios, florestas, no que toca 
às caçadas e coutadas


NUNES
advém do latim nonnus,
de onde provém o nome Nuno


ORTA
significa pureza, 
inteligência e coragem



PACHECO
significa aquele que 
provém de Espanha




PINA
família antiga portuguesa originária 
do Reino de Aragão, onde se situa 
o seu solar, a Vila de Piña




 PEREIRA
significa simplesmente 
um local onde existiam pêras 




PUGA
advém do latim pugia, que 
significa punhal




SOUSA
advém do Rio Sousa;
significa também pedra, 
seixo, pombo bravo





SOLIS
significa por sorte



TELES
vem de D. Telo Peres, senhor da vila
de Menezes e rico-homem 
do rei D. Afonso



TRIGOSO
significa apressado





VIEIRA
é a concha que 
produz pérolas




 VIDAL
provém de um cavaleiro espanhol
que viveu em Castelo de Vide, 
em 912, chamado Lourenço Vidal;
significa com vida




XAVIER
provém do missionário São Francisco
Xavier; também origina do basco 
etxaberri, que significa casa nova





4 de jul. de 2019

David Bowie - Blackstar (mais uma interpretação da simbologia, entre muitas)





Hipótese Nêmesis ou Estrela da Morte

Duas equipas de astrónomos, Daniel P. Whitmire e Albert A. Jackson IV, e Marc Davis, Piet Hut e Richard A. Muller, publicaram independentemente hipóteses similares para explicar a periodicidade da extinção de Raup e Sepkoski na mesma edição da revista Nature. Esta hipótese propõe que o Sol possa ter uma estrela companheira não detectada numa órbita altamente elíptica que periodicamente perturba os cometas na nuvem de Oort, causando um grande aumento no número de cometas que visitam o Sistema Solar interno, com um consequente aumento de eventos de impacto na Terra. 
Ao existir, a natureza exacta de Nêmesis é incerta. Muller sugere que o objecto mais provável seria uma anã vermelha com uma magnitude aparente entre 7 e 12, enquanto Daniel P. Whitmire e Albert A. Jackson defendem uma anã castanha. Se fosse uma anã vermelha, ela existiria em catálogos de estrelas, mas só seria confirmada medindo sua paralaxe; devido a orbitar o Sol, ela teria um movimento baixo e apropriado e escaparia da detecção por meio de pesquisas de movimento mais antigas que encontraram estrelas como a estrela de Barnard de magnitude 9 (o movimento apropriado da estrela de Barnard foi detectado em 1916). Muller espera que Nêmesis seja descoberto quando os levantamentos de paralaxe atingirem a 10ª magnitude. Muller, referindo-se à data de uma extinção recente em 11 milhões de anos antes dos nosso dias, postula que Nêmesis tem um semi-eixo maior de cerca de 1,5 anos-luz  ou 95.000 UA (unidade astronómica), e sugere que esteja localizado (apoiado por Yarris, 1987) perto de Hydra, com base numa órbita hipotética derivada da afélia (ponto mais distante da órbita de um determinado planeta em relação ao Sol) de um número de cometas de longo período atípicos que descrevem um arco orbital atendendo às especificações da hipótese de Muller. O artigo mais recente de Muller, relevante para a teoria de Nêmesis, foi publicado em 2002, onde especulou que Nêmesis teria sido perturbado há 400 milhões de anos atrás por uma estrela que passava de uma órbita circular para uma órbita com uma excentricidade de 0,7 (perturbação é o movimento complexo de um corpo massivo sujeito a outras forças além da atracção gravitacional de um único outro corpo massivo; as outras forças podem incluir um terceiro, quarto, quinto, etc. corpo, resistência, a partir de uma atmosfera, e a atracção descentrada de um corpo oblato ou deformado).

Pierre-Paul Prud'hon - Justice and Divine Vengeance Pursuing Crime

Nêmesis - na mitologia dos antigos gregos, é a deusa da vingança, responsável pela punição dos homens que desafiam os deuses tentando escapar ao seu destino; pessoa ou coisa que causa a desgraça ou a perdição de alguém; adversário difícil de vencer, arqui-inimigo.



mais músicas com referências a Nêmesis:


Elvis Presley, Black Star

Every man has a black star
A black star over his shoulder
And when a man sees his black star
He knows his time, his time has come
Black star don't shine on me, black star
Black star keep behind me, black star
There's a lot of livin' I gotta do
Give me time to make a few dreams come true
Black star
When I ride I feel that black star
That black star over my shoulder
So I ride in front of that black star
Never lookin' around, never lookin' around
Black star don't shine on me, black star
Black star keep behind me, black star
There's a lot of livin' I gotta do
Give me time to make a few dreams come true
Black star
One fine day I'll see that black star
That black star over my shoulder
And when I see that old black star
I'll know my time, my time has come
Black star don't shine on me, black star
Black star keep behind me, black star
There's a lot of livin' I gotta do
Give me time to make a few dreams come true
Black star



Soundgarden, Back Hole Sun

In my eyes, indisposed
In disguises no one knows
Hides the face, lies the snake
The sun in my disgrace
Boiling heat, summer stench
'Neath the black the sky looks dead
Call my name through the cream
And I'll hear you scream again
Black hole sun
Won't you come
And wash away the rain
Black hole sun
Won't you come
Won't you come (won't you come)
Stuttering, cold and damp
Steal the warm wind tired friend
Times are gone for honest men
And sometimes far too long for snakes
In my shoes, a walking sleep
And my youth I pray to keep
Heaven sent hell away
No one sings like you anymore
Black hole sun
Won't you come
And wash away the rain
Black hole sun
Won't you come
Won't you come
Black hole sun
Won't you come
And wash away the rain
Black hole sun
Won't you come
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Hang my head, drown my fear
Till you all just disappear
Black hole sun
Won't you come
And wash away the rain
Black hole sun
Won't you come
Won't you come
Black hole sun
Won't you come
And wash away the rain
Black hole sun
Won't you come
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come (black hole sun, black hole sun)
Won't you come
Won't you come











Every man and every woman is a star. A star is an individual identity; it radiates energy, it goes, it is a point of view. Its object is to become the whole by establishing relations with other stars. Each such relation is an Event: it is an act of Love under Will - Aleister Crowley






mesmo tendo passado mais de 3 anos após a morte de David Bowie, num ano em que ficamos também sem Prince e George Michael, é-me extremamente difícil analisar este seu último trabalho, sabendo que se encontrava em declínio e tendo atravessado o véu 2 dias após o lançamento do album, que agendou especificamente para o dia do seu aniversário (partilhado com Elvis Presley); sendo assim, vou apenas falar sobre os símbolos presentes no vídeo de Black Star, na tentativa de contar uma simples história baseada numa interpretação intuitiva das imagens, e que certamente não estará de acordo com a mensagem de conclusão de todo um percurso que Bowie pretenderia transmitir:


início do vídeo -  Major Tom está morto, repousa numa superfície de um planetóide/asteróide com Nêmesis em fundo; teve uma viagem atribulada, calçado consertado com fita-cola; o fato tem um remendo com um smile, uma recordação de viagem de Marte? o visor do seu capacete tem um símbolo de produto inflamável gravado ( 🔥SGH02, produto inflamável ao contacto com chamas, faíscas, electricidade, calor, abalos, contacto com ar, água ou gases inflamáveis) - terá sucumbido ante os efeitos electromagnéticos da exposição a Nêmesis? 



0:42 - surge uma entidade que poderá representar uma deusa, uma quimera, um cruzamento entre Frida Khalo e um rato branco (em Hitchhiker's Guide to the Galaxy, Douglas Adams coloca os ratos de laboratório como os criadores do universo; 42, a resposta à grande questão da vida, o universo e tudo o mais, segundo o computador Pensador Profundo)

1:56 - a quimera preserva o crânio enfeitado de jóias de Major Tom (mais uma alusão a um asteróide), trata-o como uma relíquia; o seu corpo será mais tarde descartado (criopreservação?) 

2:47 - in the Villa of Ormen, stands a solitary candle - Ormen, palavra norueguesa para serpente; a alusão à Noruega, Douglas Adams de novo, com a personagem de Slartibartfast, um engenheiro construtor de planetas, que ajudou a construir a Terra, e é especialista em fiordes (litorais) - recebeu um prémio pelos fiordes da Noruega (os nossos antepassados semi-deuses anunnaki, engenheiros genéticos?); Omen - algo que é considerado um sinal de como um evento futuro acontecerá: apesar dos presságios, a esperança não morre?

3:36 - a descrição de uma família terrena, homem e mulher - o homem encontra-se em primeiro plano, e sob ele incide a luz (ele mesmo divide-se em luz e sombra), a mulher não está sequer ao plano da sombra do homem, está relegada para um canto; no entanto, o homem sofre pela dualidade, a mulher é uma só (não tem sombra)


3:58 - Bowie tira a venda, tem uma iluminação, como se visse o céu pela primeira vez, atrás de si está o falso céu, pintado (The Truman Show, Dark City); ao seu lado estão homem e mulher, a mulher está na frente do homem; Bowie utiliza um manual com Némesis na capa como se fosse uma lupa para procurar algo nos céus;  alusão ao suposto telescópio construído em Monte Graham, no Arizona, baptizado pela equipa de investigação por LUCIFER (Large Binocular Telescope Near-infrared Utility with Camera and Integral Field Unit for Extragalactic Reaserch)?






5:00 - a quimera estabelece contacto visual, your eyes, (genesis 32:30, Jacob, vi Deus face a face e, todavia, a minha vida foi poupada), coloca-se no local do homem, sente o seu sofrimento, tranquiliza-o


6:18 - temos uma alegoria à crucificação, à trindade, à sagrada família, com três espantalhos, que apesar de ora parecerem homens, ora mulheres, em princípio serão 2 homens e uma mulher  - o espantalho simboliza Priapo, filho de Afrodite; Priapo era tremendamente feio, e ostentava uma erecção permanente (nos campos da Grécia antiga, eram colocadas estátuas de madeira esculpidas que representavam Priapo, e os pássaros evitavam esses campos, de modo que quando a influência grega se espalhou pelo território romano, os fazendeiros romanos decidiram adoptar essa prática); em The Wizard of Oz, o desejo do espantalho era poder ter um cérebro "if i only had a brain"


5:54 - uma criança anuncia a chegada de Némesis, gritando para dentro da casa; a mulher está de costas voltadas, não quer saber; o homem está em segundo plano, e não há reacção à notícia 


7:23 - Bowie continua a perscrutar os céus, com um semblante cada vez mais preocupado 


7:44 - num cenário negro, a quimera veste de preto, perdeu a sua cauda, usa jóias, assume o seu papel de deusa numa reunião ritual com mais algumas mulheres (estas saúdam-na com um baixar de cabeça); mostra o crânio às mulheres, que ficam perturbadas (são serão terrenas?); a mulher terrena surge, são 12 no total, e não fica perturbada pelo crânio; iniciam uma cerimónia ritual; enquanto dançam, no campo, um shaman personificando a morte, um deathwalker, vagueia perto dos espantalhos; as 11 mulheres ajoelham-se, on the day of execution, only women kneel and smile; a mulher terrena ocupa o centro do círculo, coloca-se de 4 numa atitude de sacrifício, e é-lhe depositado o crânio nas costas - simultaneamente, o deathwalker aponta para as 3 figuras na cruz, que atingem auge da dor

The Penitent Magdalene, Georges de La Tour