Ontem Julien Assange foi juntar-se aos protestantes que se manifestaram em Londres, uma das cerca de 100 cidades onde evento Occupy the Globe se desenrolou (até houveram mesmo alguns heróis junto à nossa Assembleia da República); num estilo muito político e rodeado de seguranças, Assange falou um pouco sobre a corrupção bancária, sobre o véu de secretismo que rodeia os bancos em geral, sobre paraísos off-shore, sobre a manipulação dos governos por parte dos bancos e grandes grupos financeiros, etc.
Ao ouvir isto veio-me à ideia a participação do presidente do BES, Ricardo Salgado, na reunião onde os nosso ministros "cozinharam" o orçamento de estado para 2012... Quando questionado sobre o que teria ido lá fazer, o mesmo respondeu que tinha ido falar com o secretário de estado sobre problemas ligados à imigração (ou emigração?) - tem razão o senhor em se preocupar, com estas novas medidas de austeridade na verdade só me apetece emigrar! E de preferência para bem longe, para um local fora dos Estados Unidos ou União Europeia... E se grande parte dos desempregados como eu fizesse o mesmo, quem ficaria no país para financiar o resgate aos bancos? Se pensarmos bem, onde estão as medidas para fomentar o emprego? Como é que o aumento das horas de trabalho vai estimular as empresas a contratar mais pessoal? E por que motivo a especulação bancária não é alvo de impostos - é legítimo pensarmos que todo este esforço que nos é pedido não tem como finalidade o investimento nas pessoas e nas empresas, mas apenas mais dinheiro para os bancos e para a máquina do estado... Resta-nos mesmo é emigrar...
link para a notícia referente à presença de Ricardo Salgado na reunião de ministros
http://economico.sapo.pt/noticias/salgado-entra-no-edificio-onde-decorre-conselho-de-ministros_128957.html